Fui ao lugar do vento e das gaivotas, sabias? Onde te sonhei tantas
vezes, onde nos reconhecemos dentro de nós, desde a primeira
alvorada. Ainda te vi lá. Sorrias.
(autor desconhecido)
domingo, 9 de outubro de 2011
Foto: Patrícia Cruz Almeida
Há dia, sabes, em que gostava de ser como o gato e que me tocasses sem desejar encontrar quaisquer sentimentos a não ser o que se exprime num espreguiçar muito lento - um vago agradecimento? - e que depois me deixasses deitado no sofá sem que nada pudesses levar da minha alma, pois nem saberias o que dela roubar.
Pedro Paixão
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Continuam a surgir frases por escrever, amores inacabados. O amor é sequioso como uma planta. O melhor é a água. Não há outra maneira. A felicidade é coisa que acontece tarde. Da qual só se tem notícia depois de ter sido. Quando alguém clama: sou feliz, está a preparar-se para a desgraça. Imensas são as coisas que só existem no tempo passado. Não há vagas, quer no inferno, quer no paraíso. Suceder já quer dizer sucedido, porque triunfar é um verbo a morrer. Há em mim qualquer um que tem saudades de si. Saudades imperiosas, bruscas, inevitáveis. Continuo a ignorar para onde foi o que fui, em que casas acordam as pessoas que amei. Dói quase. Assim, sempre assim. Uma espécie de distância que não pode ser percorrida.
Pedro Paixão
quarta-feira, 1 de junho de 2011
No teu poema existe a esperança acesa atrás do muro, existe tudo o mais que ainda escapa e um verso em branco à espera de futuro.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Não posso dar-me a quem me não sabe prender
Natalie Clifford Barney
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Cecília Meireles
domingo, 23 de janeiro de 2011
Com o teu olhar e com a tua voz fiz uma noite branca. Faltam-me as tuas mãos para fazer o poema. E faltas-me tu para ser verdade.